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AUTISMO

  • Foto do escritor: Izabela Malagola
    Izabela Malagola
  • 31 de jan. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 27 de fev. de 2024

DESPREPARO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO AO TRABALHAR COM AUTISTAS

Profissionais da saúde têm percebido cada vez mais a inaptidão das escolas com crianças autistas, prejudicando o desenvolvimento de certas habilidades

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Criança sorrindo com um fone de ouvido na cabeça. Fonte: Unsplash.


O conhecimento da sociedade em relação ao autismo vem aumentando, você já deve ter lido algo sobre, conhece alguém diagnosticado ou percebe alguma estereotipia. As redes sociais divulgam com frequência informações que mantém as pessoas atentas sobre algumas características, mas mesmo com essa gama de informações disponíveis, ainda não é o suficiente para abraçar totalmente o espectro. As escolas estão sendo cada vez mais cobradas para auxiliar e enfrentar os estigmas enraizados no nicho autista, mas após os relatos de especialistas da saúde, percebe-se a falta de preparo, podendo gerar atrasos.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhecido como autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, algumas das funções neurológicas acabam não se desenvolvendo da forma que deveriam nas áreas cerebrais. A pessoa nasce com ele, e traz diversas características que podem ser base para o diagnóstico, como prejuízo da comunicação social, comportamentos repetitivos e estereotipados.

Por ser uma condição complexa, muitos fatores podem contribuir, cada autista terá uma característica em uma certa quantidade, então nunca acharemos um autista igual ao outro, é possível achar semelhanças, mas não aspectos iguais. Estima-se que no Brasil há cerca de dois milhões de autistas e os diagnósticos vêm aumentando, principalmente em crianças e bebês.

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Criança brincando. Fonte: Unsplash.


A psicóloga Aline Pereira Martins Pinto Diniz, 50, especialista em neuropsicologia e reabilitação neuropsicológica, diz que ainda encontra nas escolas profissionais com pouco preparo para receber essas crianças, devido à insuficiência em treinamentos e capacitação dos professores, coordenadores e corpo docente. Não se tem na formação de pedagogia essa direção para saber cuidar de autistas, nem mesmo do desenvolvimento infantil típico para entender o que se espera de uma criança daquela idade que estão trabalhando, acarretando atrasos e diagnóstico tardio, porque a maioria tem mais contato com o ambiente escolar do que com pessoas de fora.

“Se os profissionais não sabem que aquelas características podem ser um atraso no desenvolvimento ou um transtorno no desenvolvimento, essas condições vão atrasando e gerando diagnósticos tardios, não sabem lidar com isso e há sempre um estereótipo do que é o autismo.”

Entenda um pouco mais sobre os níveis do autismo:

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Imagem descritiva sobre os níveis do autismo. Fonte: Izabela Malagola (criação própria).


A psicóloga Aline diz que quando é feito um trabalho com a criança, é preciso orientar muito a escola, porque o maior desafio do profissional da saúde que trabalha com crianças que estão dentro dos transtornos de desenvolvimento, seja autista ou não, é que a criança desenvolva as habilidades que ela aprendeu no consultório para os outros ambientes que ela convive.

“Se esses profissionais, essas pessoas que lidam com essa criança, não sabem estimular essas habilidades, não adianta, pois é trabalhado e ela não consegue generalizar, porque precisará desse suporte para conseguir expandir, pelo menos inicialmente. Então é preciso estar afinado com a equipe que trabalha com o indivíduo, com a escola no geral e com a família, é um tripé que auxiliará no tratamento todo.”

Ao realizar uma comparação, ela acredita que houve um avanço, hoje as escolas já conseguem perceber e trabalhar mais do que há dez anos, por conta do acesso a uma maior quantidade de informações, tanto em famílias quanto em ambientes escolares têm melhorado bastante.

“Ainda não está no patamar necessário, até porque a inclusão não é um quesito fácil, seja ela em qualquer nível de suporte, e nem todas as escolas estão preparadas para isso, mas até as que estão, passam pelo desafio da inclusão. É possível perceber esse avanço em relação há anos atrás, mas ainda falta muito para atingir o que é necessário.”
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Mãos de uma criança brincando com carrinhos. Fonte: Unsplash.


Ela acredita que os profissionais deveriam ser treinados, primeiro na formação em pedagogia mesmo, a fim de ter conhecimento da neurociência aplicada à educação e direcionamento no desenvolvimento infantil. Não é necessário que ele faça diagnóstico, mas espera-se que entenda o que essa criança necessita, é importante.

E para os que já estão no mercado de trabalho, seria necessário a formação e informação, todas as escolas deveriam desenvolver isso para os professores para que eles possam compreender o que acontece. Muitas vezes o rendimento escolar da criança pode ser afetado por diversos quesitos, até mínimos, como a questão da luz, do lugar onde senta para assistir à aula, barulhos, do que está ao redor, e perceber que essas dificuldades acontecem por motivos sutis e fazer a intervenção necessária já é um ponto positivo.


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